Imitação de Kipling ou o Decálogo da (Má) União
1. Se a integração europeia tivesse proporcionado tantos novos empregos quantos se têm perdido na agricultura e na industria...
2. Se a agricultura e a industria se tivessem tornado tão lucrativas como os bancos...
3. Se os bancos tivessem cobrado juros tão baixos como o crescimento económico...
4. Se o crescimento económico tivesse sido tão pujante, depois da liberalização dos movimentos de capitais, quanto a especulação do "dinheiro quente"...
5. Se a liberdade de circulação dos trabalhadores, das profissões e dos desempregados fosse mesmo que uma fracção mínima (5%?) da liberdade dos capitais da droga e da delinquência...
6. Se os "europeus" de vários países membros (com Portugal à cabeça) pudessem, como há 20 anos, pagar os seus impostos com o produto de um mês do seu trabalho em vez dos três ou quatro de que necessitam hoje em dia...
7. Se os países pudessem continuar a atrair os investimentos do estrangeiro na base das suas vantagens comparativas, ou noutra base de decência, em vez de os pagarem a custo proibitivo, como sucedeu a Portugal com a AutoEuropa, que lhe custou mais de 40 mil contos por emprego assegurado...
8. Se as admiráveis prerrogativas dos eurocratas e a arrogância com que, em regra, vêm associada não dessem à "corporação" o desenho sociológico duma casta, segregada do cidadão comum, que a olha com animosidade recalcada...
9. Se não se quisesse impor, à revelia do povo e das populações, uma "moeda única" que eles não compreendem, mas suspeitam que (quase só) beneficia o capital financeiro e as grandes empresas...
10. Se não existissem, não uma, mas meia dúzia de "alternativas" para alcançar melhores resultados com menores penas e riscos...
Então, faria todo o sentido escrever o Decálogo da Boa União e encontrar motivação para participar (por dentro !) na "marcha" da construção europeia e que fosse em muito mais do que em musica, apenas !